Tango - Ricardo Videla |
um resto
amargo de sonho no copo
arrasta o
que antes de nascer já morria
um rosto
revestido de nudez sem rastros
responde
calado embriagado em dois dedos
de nada num
corpo sedento descrente
do amargo
do copo que é menos que sonho
ácida
saliva arrasta queixo abaixo
peito acima
artéria adentro dente aflora
esteriliza,
infecta, purifica queima
o
pensamento que teima em sonho doce
elevar voo
e dançar tango entrecoxado
como um
garoto que acorda entregue ao gozo
e se
amarela ante um ácido sorriso
e a espera
perde a dança
sem sal na
terra sem doce nas águas
nasce a
flor sem que seu nome se dissesse
sem odor
sem cor semente ausente a face
de ácida
seiva surge entre dentes
de uma
dançarina que oferece
seus passos
suas peças seus preços
e entre os
lençóis sente, sua, sangra, sempre
Meus Parabéns !
ResponderExcluirQue Lindo ! Está muito bom .. Essa última estrofe está perfeitaa.. Sucesso !
Um Beijo :D
uauu, fui longe... parabéns andré!!
ResponderExcluirCaro poeta André Guerra, aí está a"...luta mais vã da palavra..." a sua doce Guerra.Belo poema! Abreijos, Lita Passos
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