segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Poema Crônico


vejo olhos em cinema mudo
frases em preto e branco
pontas de sentimento
esmagadas em cinzeiros

tudo é velocidade
trem bala, espero dos outros passeio de barco ao por do sol

somos outdoors de nós mesmos
vivemos de aflição e nada é fato
nada é fluido. Tudo é nesga
a lua é bela, até o próximo prédio.

Temos urgência em deixar de ser o que ainda não somos.
e a grama do vizinho é sempre mais verde.

                                                Sangue Novo, 2011

5 comentários:

  1. "somos outdoors de nós mesmos"

    Disse muito em pouco com esse verso cara... No livro esse é um dos poemas que li mais de uma vez.


    Abraço;
    Fabrício

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  2. Olá, André! Sua escrita é marcante, repleta de sentimento e significação! Gostei muito do seu poema!!

    Destaco os versos que mais profundamente me tocaram: "somos outdoors de nós mesmos /
    vivemos de aflição e nada é fato / nada é fluido. Tudo é nesga"...

    Desejo-lhe muito sucesso!
    Bjs
    Ana Paula (Sandra! rsrs)

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  3. Muito bem, colega!!! Muito sucesso pra vc!

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  4. André, faço coro com o Fabrício: "No livro esse é um dos poemas que li mais de uma vez." Muito bom. Abraços.

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  5. Deco, você é foda. Moisés Dantas.

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