sexta-feira, 15 de julho de 2011

Dissonância

Meu olhar é clandestino
Sem cão  sem tino
E nem por isso desafino

Sou um acorde dissonante
De ferir ouvidos se compõe em harmonia
De destino errante

Toda represa um dia estoura

Em um verso o subterrâneo transborda
Como matéria decomposta
Estrume que vira planta
Em lodo que arromba porta

Só está vivo o que se canta

2 comentários:

  1. É isso aí: "só está vivo o que se canta": a mesma força do lodo, do estrume, do subterrâneo é a que move as das entrelinhas. Muito bom!

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  2. Eu sabia que tinha algo sobre isso. Achei:
    http://euemeueu-lirico.blogspot.com/2011/04/momento.html

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