Uma análise feita pela Professora Doutora Eliana Mara Chiossi sobre minha produção poética:
Do barro ao asfalto. Neste arco, o poeta André Guerra faz seu manifesto contra o tecnoconfortopseudoposmoderno. Mapa do trânsito de sua sensibilidade pendular declara que: “há marcas de pneus no barro/da face de um Adão sertanejo.” Seu lugar de observação é na sala do apartamento revivendo a memória da terra. Um Adão sertanejo, reencarnado no homem contemporâneo, sempre a desejar um retorno, reencontro com os ancestrais, no coração da floresta, sob o calor da fogueira coletiva: “me descubro raiz/me alimento da flor carregada/em ponto de mutação/no canto do sabiá/na muda de planta verde/tão verdes raízes/geram frutos no tempo/no tempo que não sei/no tempo que sou tronco.” E este bardo da saudade, coloca luzes sobre a cidade e seus becos, a cidade e suas contradições, onde o homem multiplica suas sombras. Ao dizer que é um bicho da cidade, afirma a contradição como estrutura:“vejo olhos em cinema mudo/frase em preto e branco/pontas de sentimento/esmagadas em cinzeiros” e nos mostra que, afinal, carrega dentro de si, o vício de ser urbano e a quimera de retornar ao interior. Um lugar utópico, um quadro na parede na sala, que dói, diariamente. André escreve para se conhecer e conhecer melhor os outros. Tem a Guerra no nome, mas usa a palavra para buscar a paz.
ELIANA MARA CHIOSSI possui graduação em Letras: Licenciatura em Português e Inglês pela Universidade Federal de Sergipe (1993), mestrado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1996) e doutorado em Letras pela Universidade Federal da Bahia (2002).
André,
ResponderExcluirvi aqui pela primeira vez, apesar de sempre receber "recortes" pelo Facebook (de onde estou tentando tirar umas férias).
Este texto, feito pra você, e você bem sabe, registra o amor por estes versos e pela antologia belíssima (e forte) da qual você faz parte.
Vida longa para seus versos e sua poesia,
vida longa para o sangue novo da coragem.
Beijos, e meu carinho,
e gratidão por esta delicadeza,
Eliana Mara Chiossi
Beijo grande, Eliana. De vez em quando visite esse blog e comente alguma coisa. Seu olhar é sempre bem vindo.
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